Acho que como todo (ou quase todo) taurino, eu sou uma pessoa que preza pelo bem comum. Gosto de justiça e acredito nas pessoas. Um taurino (em sua essência) é incapaz de fazer o mal intencionalmente a alguém, mas, de qualquer forma, pode ter atitudes bastante destrutivas.
Foram 9 anos de análise e inúmeros outros (e eternos) de auto análise para descobrir que meu pior defeito é gostar das coisas exaustivamente claras. Já errei muito em prol de deixar tudo "esclarecido de forma verdadeira", de explicar qual o real motivo de cada coisa que eu fiz, ou tentei fazer.
Uma das grandes verdades da vida é que você nunca (nunca mesmo) vai conseguir que as coisas fiquem totalmente esclarecidas com todo mundo. Simplesmente porque muita coisa na vida não tem explicação. E explicar o inexplicável não faz sentido algum.
Eu demorei muito a entender isso. Na verdade, ainda não é tão lógico na minha cabeça. Quer dizer, lógico até é, mas não é de fácil aceitação. Porque uma das coisas que eu sempre odiei na vida é "ficar mal com alguém". Se alguma coisa acontecia, eu fazia de tudo para tentar esclarecer as coisas. Mas... muitas vezes não dava certo e o clima todo piorava.
Minha psicanalista sempre me disse: "é louvável você querer esclarecer as coisas com as pessoas explicando seus motivos, o que você acha e sente. Mas nem todo mundo está disposto a ouvir as coisas que você tem a dizer". Eu lembro sempre dela me falando isso, mas sempre teimei demais na arte de tentar fazer todo mundo me entender.
Cansei. E pior, fracassei. Desse objetivo utópico, sai imensamente machucada e desgastada. E não por culpa de quem não quis me ouvir, ou de quem não quis me entender, mas por culpa minha. Ou melhor, por responsabilidade minha. Eu travei essa batalha comigo mesma, e me exigia algo que nem mesmo o outro exigia.
Quando alguém não quer te entender, ou não tem o mesmo objetivo de deixar alguma situação bem resolvida, você pode fazer de tudo, de tudo mesmo, que nada ficará bem esclarecido. Pelo contrário, tudo fica mais desgastado: a situação, você e o outro. E isso alimenta aquela cisma de culpa, que por consequência faz você querer se explicar, e impulsiona todo um círculo vicioso e cruel.
Eu adoro frases, e acho que todo mundo sabe disso. Na verdade eu gosto da palavra e das palavras juntas formando signficados. Concordo com Adelia Prado quando disse que o sentimento é a coisa mais fina do mundo. Acho mesmo; e acredito que as palavras são uma forma sincera de demonstrar sentimentos.
Voltando a frases, hoje li uma que bateu e ficou em mim. Tem coisas que a gente lê que simplesmente passam pela gente. Outras que batem mas passam. E outras batem e ficam. Essa bateu e ficou. "Deixe solto. Se não houver procura, não há interesse. E se não há interesse, não vale a pena."
Isso vai totalmente contra a teoria que eu tinha com pessoas, relações e situações. Mas se realmente não vale a pena, que fique pra trás, que vire passado e que não custe mais um segundo da minha, possível, paz.
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