domingo, 6 de julho de 2014

Uma lição de vida chamada Clarice.

Quando você é filha única até 11 anos, a última coisa que você não quer é deixar de ser. Pois é, mas aconteceu comigo. Aos 11 anos eu soube que teria uma irmã. Odiei. E não foi algo breve; odiei durante os 9 meses que a Clarice estava na barriga da Teresa. Mas foi ela nascer que eu fiquei totalmente apaixonada. É incrível a magia de uma criança; faz você se encantar imediatamente por ela. 

Hoje somos quatro filhos, mas foi Clarice que me ensinou a amar incondicionalmente aos 11 anos. Foi Clarice (que nasceu da poesia de sua xará) que me fez descobrir a felicidade de ter uma irmã. De dividir o que eu adorava chamar de “só meu”. De me permitir pensar que eu nunca vou estar sozinha.

Lembro que, quando Clarice nasceu, eu falei pro meu pai: “Pai, você não vai gostar mais dela do que de mim.”. Ele me respondeu calmamente: “Claro que não, Marina, eu gosto de você há 11 anos. Ela nasceu agora!”. Na época a explicação dele me fez todo o sentido. Hoje, eu entendo perfeitamente que amor não se mede. Os nove meses que não curti a ideia de a Clarice existir foram ferozmente esmagados com a notícia do seu nascimento. E olha que eu só a vi no segundo dia de vida. Mas foi saber que ela tinha nascido, que eu me apaixonei completamente.

Hoje Clarice faz 21 anos. Eu nem sei dimensionar o tamanho do meu amor por ela. É minha irmã, minha amiga, minha confidente, minha eterna parceira. É muito bom ter uma irmã. Ainda mais sendo você, Clarice.



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