Mãe. A palavra que tem mais significados no mundo. Não concordam?
Na maior parte do tempo a gente ama. Mas quem nunca “odiou” a mãe? Quem nunca disse: “você é um saco” e desejou que ela sumisse?! Vamos ser honestos; todos. Mas se existe uma pessoa que a gente mais deseja no mundo quando estamos tristes, pra baixo, deprimidos é ela, nossa mãe.
Eu moro longe da minha. Ela foi pra Juiz de Fora e eu fiquei no Rio. Doeu mais que o corte do cordão umbilical quando eu nasci. Não que eu lembre, mas justamente por isso posso afirmar que foi.
Esse corte foi sentido na carne por mim e por ela. Depois de 22 anos juntas, ela saiu de casa. Geralmente são os filhos que saem de casa, né? Mas no meu caso foi a minha mãe que saiu. Doeu…. E muito, viu?
Morei sozinha na casa que era da minha mãe. Eu sentia muita saudade dela todos os dias; principalmente quando eu voltava do trabalho e não ouvia tão normal: o "Oi, filha. Como foi?". O primeiro mês da separação foi regado à saudade e à lágrima.
Mas, como tudo na vida, passa. E o que não mata, fortalece, né? Foram 7 anos que mudaram a minha vida.
A verdade é que ter mãe sempre perto torna a a vida dos filhos muito mais fácil. Quando eu saía com minhas amigas que moram com os pais, eu via como era mais fácil ter pai e mãe por perto. Quando você mora sozinha, tudo depende de você. Se esquecer de pagar as contas, paga juros. Se sujar e não limpar, fica sujo. Se não passar, fica amassado. Se não for ao mercado, fica com fome. Se não fizer comida, come merda. As vantagens de ter mãe por perto vão muito além do prazer de ter a mãe por perto. Sua vida fica mais fácil e, por mais que você reclame, presença de mãe é um afago diário, quem muitas vezes nem é efetivamente dado.
Mais tarde, aos 29 anos, eu que me mudei. Ela em Juiz de Fora e eu em São Paulo. A distância gráfica aumentou, e a saudade ainda mais. Antes, eu tava no apartamento que ela morava. Tinha um pouco dela ali. O jeito dela, as coisas dela, o cheiro dela… Porque cheiro é uma coisa que fica entranhado, né? Ou nas coisas ou na memória. A minha casa no Rio tinha o cheirinho da minha mãe. Então, de certa forma, eu ainda morava com ela.
No momento que vim pra São Paulo, o resquício de cordão foi totalmente cortado. Por mais adulta que eu fosse no Rio, em São Paulo eu me tornei uma adulta sênior.
Quando você sai da sua cidade, tudo realmente vira sua responsabilidade, inclusive entender o novo lugar que você mora. Não é fácil. Mas é interessante, e sem dúvida nenhuma, vale a pena.
Depois disso tudo, eu entendi que os filhos nascem para se separar das mães, de verdade. Parece uma afirmação clichê e fria, mas de nada é. Essa separação é física, e quanto maior for, mais próximo você volta a ficar dela.
Continuo sentindo falta da minha mãe. Todos os dias. Mas a forma mudou. Não que lágrimas não caiam mais, mas não caem mais da mesma forma. Estando longe, a gente aprende que, praonde a gente for, ou praonde ela for, a gente vai estar pra sempre juntas. Simplesmente porque ela mora dentro da gente, e a gente mora dentro delas.
Te amo, mãe.
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