quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Imagina na Copa...!

Em meio às inúmeras discussões sobre a arena do Corinthians...

- Marina, você viu isso? Parece que é onde vai ser a abertura da Copa... 
- É... Eu sei.
- Agora você vê, né? Você vai na abertura da Copa, Marina? Vai pagar R$3.000 para ir?
- Eu não, mãe... Muito caro... 
- Olha, eu não vou nem de graça. Nem que falassem "Nanci, vamos te pegar, te levar lá e te deixar em casa", eu ia. Eu hein... Confusão, Meu Deus... Eu sei, eu sei. Iam falar: "mas vai ser bonito. Muito bonito. Emocionante"... Eu sei que vai, mas eu me emociono de casa. É até melhor que posso chorar sossegada. Na minha casa. Obrigada.


E aí, você diz o que?!


sexta-feira, 22 de novembro de 2013

E o telefone toca em Buenos Aires!

Você ganha de aniversário uma viagem a Buenos Aires do seu marido e fica toda feliz! 
La estão. A maior parte do tempo é na rua, mas, um dia no quarto do hotel, o telefone toca...
- Su madre. 
Tomei um susto. Acho que qualquer um tomaria, né? Pois bem:
- Oi, mãe. Tá tudo bem????
- Olha, Marina, vocês viram o que aconteceu na Capadócia? Viram as turistas brasileiras que morreram no balão? (todos lembram disso, né? Turistas brasileiras foram passear de balão e morreram.)
- Não, mãe... O que houve???
- É isso. Agora você vê, a pessoa viaja pra passear e morre!! Agora me diz, pra que a pessoa sobe num balão, meu Deus?! PRA QUÊ?!?!
- Eu ainda não vi isso, mãe...
- Olha, não vou demorar não porque é ligação internacional. Só tô ligando pra falar pra vocês não inventarem de passear em balão. Você tá ouvindo, Marina?
- Mãe, aqui não tem balão.
- Ah ta ta taaa... Mas não vai, hein?! Nem sobe em prédio alto, não vai pro mar, não inventa, Marina! Ai meu Deus...!


domingo, 17 de novembro de 2013

O Elemento

Você tá saindo de um almoço de domingo com uns amigos, quando vê que sua mãe ligou e você não atendeu. 1 ligação perdida significa que não é nada grave. Então, você senta, toma um café e depois, andando pra casa, você retorna a ela.
- Oi, mãe! Me ligou?
Percebo logo que ela tá na rua... Muito barulho atrás e ela falando alto, pra variar.
- Oi, filha! Tudo bem??
- Tudo! Estou voltando de um almoço com uns amigos.. E você?
- Tô na rua..... Vem cá, você recebeu minhas mensagens?
- Não.... Mensagens onde?
- Ué, mandei do meu celular pro seu. Ontem e hoje. 
- Ué, não..... Não chegou nada não.
- Ahhhh meu Deus...Que droga. Eu sabia que não tava chegando... Aí ontem liguei pra Oi e o rapaz disse que teve que fazer uma configuração lá porque estava faltando "um elemento". Mas que voltaria a funcionar em 24hrs. Já deu 24hrs e..... 
- Mãe..... elemento?
- É, ele disse que faltava um elemento. 
- Mas que elemento, mãe?
- Ué, Marina, não é você que é entendida dessas coisas?! Um elemento ué... Eu lá quero saber... Esse pessoal fala fala fala e eu não entendo nada. Então, ele disse "faltava um elemento e já resolvi". Ok, resolvido. Eu lá quero saber que elemento é esse?!
Rindo muito já: 
- Mas, mãe...
- Ahhhh, Marina... é um elemento ué. Que coisa.... Agora você quer saber que elemento é esse?! LIga pra lá e pergunta. Eu já vi que não voltou a funcionar e é isso. Vou ligar de novo. Tchau tchau...
E desligou. Pra variar.


terça-feira, 12 de novembro de 2013

Pedro e seus seis irmãos.

E aí, você liga, de novo, pro seu pai pra tentar resolver o mesmo problema que te fez ligar antes... Aquela ligação, que quase acabou com o celular dele, porque sua irmã de 1 ano queria te dar suco...
"Pai.....????"
"Oi, Marina.... Peraí...."
Eu não entendi se ele ria muito ou se chorava. Momento tenso pra uma filha, né?
"Pai, o que houve???????"
"Minha filha, ouve essa...."
Ufa, eu vi que ele tava morrendo de rir.... E cá entre nós, eu adoro ver meu pai morrer de rir. A gargalhada dele é contagiante.
Já rindo, falei:
"Fala, pai.... Que susto!"
"Marina, Marina... Ouve essa... A professora do Pedro pediu que ele fizesse uma redação sobre a família dele. Sabe quantos irmãos ele disse que tinha?????"
Para explicar1: Pedro é meu irmão de 9 anos. Somos 4: eu de 31, Clarice de 20, Pedro de 9 e Julia de quase 2.
Voltando.......
"Quantos, gente???"
"SEIS, Marina. SEIS!"
"Ahhhhh meu Deus, mas quem são os seis?"
"Você, Clarice, Julia, Nanci, Teresa e Bubu".
Eu não sabia se eu ria ou se ficava com pena... Coitado do meu irmão!!!

Para explicar2: Nanci é a MINHA mãe. Teresa é a mãe da Clarice. E Bubu (Joana) é a mãe da Julia. Sim, somos 4 filhos de 4 mulheres diferentes. My big big family.


Na foto, estão todos. Includindo meu segundo pai, Waldyr (marido da minha mãe) e excluindo a mãe do Pedro (Lucia), que mora na Bahia.



Baby Julia

E aí você liga pro seu pai, que tá almoçando com a sua irmã de 1 ano. Ela quer falar...
"Maína, qué suco?"
"Ahhh eu quero... Me dá um pouquinho?"
E você ouve seu pai do outro lado da linha gritando:
"Nãaaaaaa, Julia, tá derramando no telefone."


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Rumo a Garapuá

Quando vai chegando a época da gente viajar e os pais começam a ficar neuróticos, né?
"Então, você vai mesmo pra esse Morro do São Paulo?"
"Vou, mãe. Mas é Morro DE São Paulo."
"Mas, Marina... Que lugar é esse? Vc disse que era Garapuaba...."
"Garapuá, mãe. Morro é uma ilha com várias praias. Garapuá é uma delas."
"Ahhhhhh MEU DEUS... várias praias??? Mas Marina, olha lá hein... Vai mergulhar de cabeça, vai... Tem banco de areia... Se acontece alguma coisa, você fica lá e ninguém te acha. Olha que tô falando por experiência própria... Ah MEU DEUS... Vcs vão pegar barco?"
"Claro, mãe, só se chega lá de barco. Ou aviãozinho. Prefere o quê?"
"Aviãozinho?? Gente... Pra que isso, meu Deus?! Fica em terra firme, minha filha. Nada como ter os pés no chão, em terra firme."

Vai dizer que não valeu a pena?!


terça-feira, 5 de novembro de 2013

O Fantástico Mundo de Marina?

Vieram me perguntar porque eu não coloquei o nome do meu blog de “O Fantástico Mundo de Marina”. Primeiro, acho um pouco presunçoso qualquer pessoa chamar a sua própria vida de fantástica. Acho que “fantástico” é um adjetivo que pode até caracterizar a vida de alguém, mas eu penso só ser possível defini-la desta forma depois que a pessoa morre. A pessoa não fala “minha vida é fantástica”. Já... “A vida de fulano era fantástica” é possível.

Minha vida certamente não é e nem será rotulada como fantástica. Não sou uma pessoa que ouso demais, não vivo perigosamente, não criei nenhum novo e útil objetivo pra humanidade, não descobri a cura de nenhuma doença, não compus belas músicas, não lutei ferozmente por alguma causa... Mas, nem por isso, minha vida é chata ou morna.

As pessoas vivem procurando motivos para mostrar aos outros como sua própria vida está incrível. É fácil ter vida incrível no facebook, no instagran, no mundo virtual. Aqui fora, no dia a dia, a vida é complicada, às vezes bem sofrida, cheia de lutas, que geralmente não vão parar nas páginas do facebook. Vejo muita gente falando “aquela ali quer mostrar que como a vida é maravilhosa só com as postagens do face”. Me desculpa, mas pra mim, quem acha que a vida de uma pessoa está maravilhosa só pelo facebook pensa pequeno. Muito pequeno. Qualquer um que tenha um mínimo senso crítico sabe que ali estão fotos felizes, momentos bacanas, lapsos de alegria, tudo “very happy”. São reais, mas são momentos, “frames de realidade”.

Eu ouço muito: “te acompanho pelo face”. Acho legal, significa que a pessoa acaba sabendo algumas coisas de mim. Mas, se alguém quer saber mesmo da vida de outra pessoa, não é no facebook que vai procurar, certo? Lá todos poderiam ser: Marina Cherfen – Super Feliz; Fulana de Tal – Só Alegria, etc. Verdade seja dita: lá a gente pode ser o que a gente quiser...

Dor, o sofrimento e até a felicidade real não estão ali. A historia de vida de cada um de nós não está naqueles posts escritos e fotográficos. Está no encontro olho no olho, na voz de uma ligação, em mensagens enviadas de forma privada... O mundo real deve contar com o virtual, mas como complemento, como extensão do que é concreto, verdadeiro.

Sendo meu blog meu mundo virtual, ele nunca vai alcançar o que realmente é meu mundo real. Mas a intenção não é essa; é poder falar, trocar, discutir, contar coisas que acontecem comigo; sendo fantásticas ou totalmente cotidianas. No meu caso, as cotidianas às vezes até são fantásticas, já que eu tenho pais fantásticos. Eles sim eu posso adjetivar dessa forma.  

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Quem é Elani?

Quando um filho adquire um novo celular, o antigo vai para os pais, certo? Pois então... Eu comprei um iPhone e o Blackberry foi pra minha maravilhosa mãe. Como a troca foi feita correndo, o meu antigo aparelho foi pra sua nova dona com todo o histórico (ou quase todo) até então. Isso já tem 1 mês... E eis que de repente...

- "Marina, pelo amor de Deus, como faz esse celular parar de apitar?! Tooooodo dia às 21h, ele toca e aparece Elani, Elani. Eu nuuunca ouvi falar de Elani, meu Deus. Nunca! Quem é hein, Marina?! Toooodo dia isso toca... E eu aperto soneca e daqui a pouco toca de novo... Já tentei lembrar quem é Elani, se é amiga de faculdade, mas não lembro. Não adianta. Vc emprestou esse telefone pra alguém, Marina? Mas o q essa Elani faz todo dia às 9 da noite?!?! Quem é Elani, Marina? Você quer me dizer qual a graça disso?"

Depois de uns 15 minutos sem conseguir falar, saiu no meio das gargalhadas: "a pílula, mãe!!!".

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

A Arte da Desistência

Tem dias que o mundo parece que acordou ao avesso. Pelo o menos pra você. A graça é que, enquanto você pode ter um dia ruim, outra pessoa pode estar tendo um dia maravilhoso. Alguns chamam isso de equilíbrio do universo. Mas eu acho que é o ciclo orgânico da vida mesmo. Uns dias bons, outros ruins, outros normais, outros ótimos... E dentro desses dias, ocorrem milhões de variações. Num dia ruim, você pode ter coisas bacanas; o que torna o dia menos ruim. Em uma dia bom, você pode ter notícias ruins; o que às vezes estraga o seu dia.

A vida é engraçada. Acho que foi Schopenhauer, nos seus pensamentos pessimistas, que disse que o ser humano tem mais razões para ser infeliz que feliz. Pode ser que seja verdade. A vida é dura, estamos sempre tentando lutar com a maré. Cobranças, decepções, erros, falhas, dúvidas... A vida é sim confusa. Mas eu ainda voto por falar que, mesmo assim, mesmo diante disso tudo, nós, seres humanos, podemos estar felizes. Felicidade não é um estado constante; são momentos, às vezes, de maior recorrência de satisfação, às vezes, menor. Mas não é estável. Se formos pegar cada momento ruim para pautar nossa vida seremos eternos pessimistas. E eu particularmente acho chato aquelas pessoas que vivem reclamando da vida e dos outros. Todo mundo reclama, mas tem o timing de parar, de tentar contornar a situação, de insistir mais um pouco ou até, desistir. Desistir não é feio, faz parte de escolhas da vida também. 
Uma amiga postou essa semana no facebook uma frase que eu achei interessante: “Não desisto fácil mas também não insisto pra sempre.” Acho que é isso. Equilíbrio, insistência, persistência e até desistência. Têm situações que não merecem tanta energia gasta. Eu acho que desistir, algumas vezes, é um ato de coragem.